RELIGIOSIDADE CIGANA
De: Assede Paiva <assedepaiva@yahoo.com.br
Para Helena Rêgo (cigana Sttrada)
Todos os povos têm seus ícones, sua religiosidade, suas crenças, e os ciganos também têm, por isso hoje vamos escrever sobre a religiosidade dos ciganos.
Para entendê-los melhor, vamos recuar no tempo até 2000 anos e tanto, até Nosso Salvador, Jesus. Desde já, estabeleçamos que a religiosidade cigana éincontestável. Crêem em Deus (Devel) e na entidade do mal (Beng). Fazem grandes peregrinações em 24/25 de maio a Saintes-maries-de-la-mer (França), em honra à santa Sara, onde promovem a slava a festa da Santa.
No Brasil são devotos de N. Sra. Aparecida. Isto se forem católicos. Ressaltamos que os ciganos adotam a religião do país que os acolhe. No Brasil temos ciganos católicos, evangélicos, testemunhas de Jeová, protestantes, espíritas, adventistas, umbandistas e outras. E são sinceros na crença que adotam.
Sara, diz a lenda, era serva egípcia de Maria Jacobé e Maria Salomé, tias de Jesus, que se crê terem sido levadas miraculosamente para as margens do Ródano, poucos anos depois da crucificação. Só nos meados do século XIX a presença dos ciganos entre outros peregrinos foi notada em Les-Saintes-Maries.
Está em livro cujo título é Os segredos do código, [da Vinci], editado por Dan Burstein, Sextante, 2004, pp.47/48: “São muitas as lendas que dizem ter Maria Madalena viajado à França (ou Gália na época) depois da crucificação de Jesus, acompanhada de um variado grupo de pessoas que inclui uma jovem serva negra chamada Sara, Maria Salomé e Maria Jacobina — supostamente tias de Jesus— além de José de Arimatéia, o rico proprietário do sepulcro onde Jesus foi colocado antes da ressurreição, e são Maximino, um dos setenta e dois discípulos mais próximos de Jesus e primeiro bispo de Provença.
Embora os detalhes da narrativa variem de versão para versão, parece que Madalena e seu séquito foram obrigados a fugir da Palestina em condições mais que precárias [...] Reza a lenda que eles desembarcaram (sem dúvida muito agradecidos, depois de vagarem por águas salgadas durante semanas) no que hoje é a cidade de Saintes-maries-de-la-mer, nas terras úmidas da Camargue, onde o Ródano deságua no Mediterrâneo.
As três Marias —Maria Madalena, Maria Jacobina e Maria Salomé — são objeto de grande veneração na igreja que se ergue dos charcos circundantes como uma imponente vela de navio, ao passo que na cripta há um altar dedicado a Sara, a egípcia, a pequena serva negra de Maria Madalena, hoje a adorada santa padroeira dos ciganos que afluem à cidade no feriado de 25 de maio, quando milhares de fieis devotados conduzem a estátua de Sara até o mar, para sua imersão cerimonial. O fato de a tradição medieval considerar os ciganos originários do Egito —egypsies — confere sentido à sua veneração da menina egípcia Sara...”
As lendas têm muitas versões por isso são lendas, ficamos com uma adaptação que seria a seguinte: Maria Madalena era o cálice sagrado (Santo Graal), porque trazia em seu ventre o sangue real, a semente de Jesus. Ela teria passado alguns anos em Alexandria, no Egito e Sara seria sua filha e de Jesus, constituindo-se na linhagem sagrada. Maria Madalena por motivo desconhecido (perseguição talvez), fugiu para a Gália, com Sara e José de Arimatéia. Lá foram acolhidos pelos ciganos. Sara é venerada pelos ciganos, até porque Madalena, sua mãe, também é conhecida por Madalena Egipcíaca. Isto faz sentido, os ciganos seriam os verdadeiros guardiães da linhagem sagrada através de veneração à Santa Sara. Curioso é o fato de que a Igreja (católica) não considera Sara como santa em sua hagiografia. Por que? Que nos respondam os que sabem!
Sara seria, portanto, para nós a Santa das Santas e os ciganos seus filhos diletos. Que bom!!!
Asséde Paiva
http://www.ciganosbrasil.com/
Assinar:
Postar comentários (Atom)
Nenhum comentário:
Postar um comentário
Observação: somente um membro deste blog pode postar um comentário.